sexta-feira, 15 de julho de 2011

Crise Siderúrgica em Açailândia 
 
Por: Domingos Almeida

As siderúrgicas de Açailândia tiveram que reduzir sua capacidade de produção no primeiro semestre de 2010, afetando, assim, seus trabalhadores. O motivo apontado pela Paróquia São João Batista, localizada na cidade, seriam os altos preços cobrado pela empresa fornecedora de matéria prima, a Vale.

Ainda segundo a paróquia que fez a denúncia, através de uma carta aberta, desde o mês de Janeiro de 2010, a Vale já aumentou em mais de 170% os preços do minério de ferro, crescendo seu lucro com as vendas para a China. Relata também que a empresa não tem interesse na promoção dos direitos do povo e do meio ambiente.

O Padre Dário Bossi explica que os objetivos da publicação da carta são:

1º. A solidariedade, pois, “como igreja não podemos nos calar diante do sofrimento dos trabalhadores, que são nossos paroquianos, afirma.

2º. Denunciar a responsabilidade da Vale com a queda do mercado, já que ela coloca o preço muito alto, ganhando muito, sem se preocupar com o desenvolvimento local.

"Não queremos santificar as siderúrgicas e culpar só a Vale, mas, denunciar o Sistema", garante o Padre.
Além de gerar propostas para tratar da questão da negociação nas áreas política e econômica, a fim de assegurar emprego para a população local, destacou também a importância do investimento no Fundo de Desenvolvimento Regional, que é defendido pela campanha Justiça nos Trilhos. Essa defende a criação de uma taxa fixa do lucro da empresa que deve ser destinado ao Fundo.
A medida tem a finalidade de reduzir os impactos ambientais,“quanto maior for o lucro maior a devastação ambiental”. O recurso deve ser gerenciado pela Sociedade do Maranhão e do Pará.
Para ele, o meio ambiental só é importante para os empresários enquanto pode dá lucro, depois tudo fica largado, os trabalhadores e o meio ambiente. Houve ainda a intenção de convocar uma audiência pública para saber se os fechamentos dos fornos siderúrgicos tinham mesmo relação com a crise, ou se as siderúrgicas estavam se antecipando a um possível prejuízo, e retornarem quando o mercado estiver favorável.
De acordo com ele, a crise no importante pólo agro-industrial é fruto de uma "irresponsabilidade política", já que nada foi feito para prevenir as conseqüências do reaquecimento do mercado do ferro. "As vítimas deste modelo continuam sendo o povo", lamenta.

0 comentários:

Postar um comentário